segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Dia do Poeta

Quem dirá que a mim pertence
este vinte de de outubro?
Quem me felicitará?

Não sei o que é poeta
ou o que me faria poeta,
mas parece que escrever não basta.

As vezes vejo poesia
no que vejo, escrevo e digo
- nesta ordem!

As vezes vejo poesia nisso tudo,
então acredito ser um poeta obnubilado
com medo de dizer ''sou poeta'' e cometer um pecado.

Por isso não sei
se este dia cabe à mim.
Quem me lê pode dizer
ou guardar pra si
- melhor deixarmos assim!

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Ela botará fim nisto

Veja a sua poesia morrer
e sua fala ser abafada
por vozes aleatórias.

Veja tudo queimar
e seus livros nunca,
jamais saírem de sua memória.

São livros lindos,
prontos,
que querem e almejam o papel,
pois lá chegarão a outros olhares,
outros corpos.

Veja, pela poesia, tudo isso cair
e você, com o seu olhar,
se perder para sempre sozinho.

Morra só e aos poucos,
Menos quando a poesia
te mostrar que poderia ser diferente.

Quando ela te levar a lugares únicos
e disser, sem errar,
que ali você não habita,
que lá
o seu olhar nunca chegará,
você enfim morrerá.

Ela botará fim nisto.

terça-feira, 8 de julho de 2014

(Des)limites da Poesia

A poesia brinca
e me mostra o limite.

Faz-me cair do abismo
que já me matou de vertigem.

Faz-me dar o melhor beijo
no lábio da moça mais bella,
incrivelmente bella.

Me pisa nas mãos
e deixa-me sem destreza
para tirar o sonhado timbre
que há muito perturba o violão.

Poesia me cola o estômago,
poesia segura todas as minhas acusações.
Poesia me mata, me distorce
e, principalmente, usa o meu olhar.

Poesia não erra
e nunca vai errar.

Poesia que alguns dizem e dirão que em mim não há.

A Vida No Verso

E se matassem minha obra?
O que seria se o último texto
fosse rasgado antes do ultimo verso ser escrito
E isso, como simbolismo artístico/poético,
significasse o fim?

Seria realmente o fim.

A poesia dá fim
aos assuntos,
aos apertos
- e nunca erra.

Sempre dá o fim pleno
e certeiro
para tudo,
absolutamente tudo.

Por que não poderia dar fim à vida?
Ela pode, claro.
Tem este aval,
assim como quando me selou
a alma e o olhar
que me deram a
inspiração e o texto.

Ela pode. A vida no verso,
fim no verso e, depois, na vida.
Ela tem este aval.
Seria o fim.

sábado, 28 de junho de 2014

Carta de Franklin - o burguês sentimental - para a sua amada esposa, na Europa

São Paulo, 28 de Junho de 2014

Querida,
eu ando xingando muito por aqui.
Solto um palavrão a cada minuto
e minha úlcera cresce.
Durante os jogos da copa desligo a TV
mas queria estar lá, para vaiar tudo e todos.

Vou do apartamento ao trabalho e do trabalho ao apartamento,
mas queria encontrar estrangeiros
e contar que o Brasil é uma merda,
principalmente com os Petralhas fodendo tudo.

Mando cartas pois me vigiam na internet,
com essa coisa de Marco Civil.
Aqui os jovens já nascem maus
e sujos, roubando e matando cada vez mais,
mas não se preocupe,
logo vão botá-los todos na cadeia
e, tenho fé, colocarão os mais hediondos no corredor da morte.

Querida, o meu emprego anda um saco
Mas minha promoção está chegando.
Guardarei uma grana, venderei a Nissan
e me mandarei pra aí.
Não aguento mais tudo isso.

Mal educados, imundos, violentos.
Só tende a piorar e afundar cada vez mais.
Vou-me embora daqui logo
Mas antes terei tempo de não votar na Dilma,
aquela vadia pistoluda.

Mandarei cartas novamente.

Com muito amor, Franklin.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Isso Pode Me Matar

Recitar sem ler
Tocar sem saber
Escrever sem criar
E ouvir sem olhar.

Isso mata
- isso pode me matar -,
Por isso tenho cuidado:
Tenho cuidado com o medo.

O medo mata
Assim como o desamor.
O medo do desamor é pior
Mata um cado por dia
e pode também tirar seu olhar,
sua leitura, sua música e sua arte.

No final deste estágio já se está morto
e depois é que morre o corpo.

Por isso mesmo encerro:

Recitar sem ler
Tocar sem saber
Escrever sem criar
E ouvir sem olhar


Tudo isso pode me matar.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Falta de Criatividade

Quando não tenho criatividade
acabo me desesperando por ficar meses sem escrever.

Alguns sem talento acabam caindo na tentação
e escrevem qualquer besteira,
inclusive para criticar o trabalho alheio.

Com licença!
Vou escrever minhas críticas numa folha.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Devaneios de Uma Mesa de Bar (Página no Facebook)

Fui colocado como adm da página Devaneios de Uma Mesa de Bar, da minha colega Bia. A página estava parada, então vou ajudar a fazer a coisa andar e ter uma ''carinha'' mais apresentável - ah! Estou trabalhando para mudar o layout do blog também.

Prestando atenção no título da page e conversando via chat sobre essas crises da adolescência liguei as coisas e escrevi o texto que segue abaixo. Deixarei os links abaixo para visitarem a página e os nossos perfis na rede-social.

Tenho pensado muito sobre isso:
Sonho, realidade
Momentos e dimensões,
o que já levantou Platão
acerca do mundo das Idéias
e do mundo da matéria, mundo sensível.

Devaneio é o que não quero agora.
Podemos conversar, mas que seja sobre tolices,
sobre a bebida que estamos tomando,
as paqueras.
Não sei.

Que seja tolice, apenas,
pois vou explodir
e que não seja aqui;
Será no papel,
sóbrio ou nem tanto,
irei explodir no papel.


Page: https://www.facebook.com/DevaneiosDeUmaMesaDeBar
Meu perfil: https://www.facebook.com/isaias.zab
Perfil da Bia: https://www.facebook.com/bmb.beatriz

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Prosa e Poesia

Poema atrapalha a prosa
no meu grosseiro modo de pensar.

Enquanto o poema passa,
a prosa pode esperar.

Elas têm caminhos diferentes,
Sentimentos diferentes

Mas se forem profundas,
Nenhuma há de passar.

A Poesia Não erra

A Poesia não erra.
Eu erro na poesia.

Eu erro ao tirar dela o brilho
com a borracha,
com a palavra
e, principalmente,
quando eu acho que ela está errada.

Poesia aceita se eu aceitar
e as vezes quando o leitor também aceitar.

A poesia não erra
O poeta não sei se erra,
mas o leitor também erra

ao desgostar dela,
ao tirar-lhe o brilho
fechando-a no pequeno recinto
de errôneo leitor.

Digo que ali a poesia não cabe
Numa mente ela não cabe.

A mente erra no seu papel:
imaginar

Ortografia diz que erra
no papel

E a poesia desmente, mente
e encerra, mostrando que
Poesia não erra.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Bico Inexistente

Era algo esquisito.
Tinha um bico anomálico,
 não encontrei bico, era inexistente.

Era triste para mim.
As cores eram vivas, escuras.
A pele quente, lisa
E o bico inexistente.

Foi a deixa, o que me fez desistir.
Era um pesadelo, até.

Era algo esquisito:
Não tinha um bico anomálico,
Não tinha bico.

Me lembrei do pato triste
Que tinha bicos enormes.

Pato triste com bico
E eu triste sem bico.

Ficou tudo mais triste e inventei um surto.

Pato do Pato

Que pato esquisito.
Tinha um bico anomálico
que nos convidava a sentar
- sentar no bico 
como se fosse uma cadeira.

Era um pato triste
Com cores tristes, escuras.
Era um pato esquisito
E não um cisne que se tornaria lindo.
Estava já para morrer, no fim de uma ''longa vida''.

Patos não leem
Patos correm dos idiotas.
Não escutam os idiotas.

Aquele pato tinha um boco enorme,
Anomálico, feioso e triste.

Era um pato triste

terça-feira, 27 de maio de 2014

Gente

Envelhece e cresce
Toda a vida que perece
Enquanto a alma apodrece
E a transitória carne arrefece,
Pois do espirito já se esquece.

Não evolui e não vive,
num desprazer sublime.
A alma, o corpo e o espirito carente
Foi esquecido pela gente.

Gente que já não sente
e que mente enquanto tende
sempre a correr ao que nos prende
E só nos deixa mais carente,
desumanos, indecentes,
insolentes, displicentemente moralmente
incompetentes sendo gente.

Mas isso nem sempre se faz presente:

Tem gente que inda sente
E que, embora mente,
Têm corpo e alma presente
e que, talvez por isso,
nos tratem como gente
Quando ninguém mais sente
E só mente
E acha que entende
Que melhores são as coisas do que a gente.

sábado, 24 de maio de 2014

fragmentos

"Fragmentos de instantes'', um após o outro
Em minha mente, a girar, sem parar.
O gim tragado deixa a dor mais distante
E a imagem dela me vem à tona
De novo, de novo...

Neste espaço cedido pelo tempo da burocracia me encontro preso.
Mas em breve eles virão...
Virão destruir de vez as lembranças minhas,
A infância minha.
O que, segundo eles, nunca foi meu.

Eles não me deram estudo, educação
Mas alcanço a sabedoria aos poucos
Enquanto me matam aos poucos.

Ah! Hoje quero sair, ir embora
Mas pra onde, se não tenho nada?
Apenas uma garrafa de gim e a roupa do corpo.
Levo o que será meu livro, minha história.

domingo, 11 de maio de 2014

Chuvaral - Para as Mães

Ela esvazia o varal do quintal
Antes que comece o chuvaral.
Parece que não se importa
já sabia que a chuva viria.

Bota balde aqui, bota acolá.
É poco balde e muito pingo
E poca telha pra chuvarada.

Meu semblante era de preocupação
O dela era a perfeição.
Perfeição esta que me tomou.

Tomou, tomou e a chuva cessou.

Chuvas torrenciais vieram
Eu já não me preocupava
Enquanto ela estiver comigo será isso.

Bota balde aqui, bota acolá.
É poco balde e muito pingo
E pouca telha pra chuvarada.

Meu semblante era de preocupação
O dela era a perfeição.
Perfeição esta que me tomou.

Tomou, tomou e a chuva cessou.

Chuvas torrenciais vieram
Eu já não me preocupava
Enquanto ela estiver comigo será isso,
será assim.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

(Pre)Sentimento

Sua presença sentimos
E repudiamos
Mas pouco tempo depois parece que aceitamos
em concordância racional.

Não sei se ela queria mais alguém
mas estava lá.
Alguém a chamou
ou chegou sozinha?
Não sei também,
mas estava lá.

Se não chamaram, chegou avisando.
Chegou pedindo ''licença'' apenas com os gestos...

Acho que ela já estava lá e fou eu quem cheguei
Sem pedir licença. Lá fiquei,
roubei o seu lugar
por um mínimo, mínimo momento.

Paciente, calada, surda, viva.
Olhou-nos fazer uma oração,
duas, três orações.

Cá estou e a perdi
Ficou lá ou saiu dali?
Sinto que agora sim
foi eu quem saí
e talvez ela tenha retomado a cena,
entrado no sonho
e tocado no ombro
dizendo ''licença, estou aqui'',
preparando-se para agir.

Aparentemente eramos figurantes.
Pelo que parece, ela não nos queria levar dali
naquele momento. Não ligou pros demais.
Eramos enfeites mil na estante
estáticos, cegos, mudos,
vendo um corpo só no quarto
Limitado apenas ao quarto.

O corpo em seu estado mais humano.

O corpo, o ser-humano, em seu estado
Mais Humano.

09 05 2014

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Traição (Lua)

A lua se recusa
a brilhar em sua janela.
Coitada, tão sentimental;
Inspira amantes, poetas
E poetas amantes.

Mas você, moça,
Deixou-a triste.
A lua se doeu por mim
Quando você me traiu.

O Sol também viu
você se pousando noutros braços,
amassando a minha poesia.

Peço que, pelo amor da santa,
o verso não me deixe.

Que a lua volte a brilhar pra moça
E faça com que ela se lembre
da minha poesia em seu bolso,
pois lerá a última,
a despedida
antecedentemente escrita,
imaginando um outro fim.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Poesias Inexplicáveis

Sim, poesias são inexplicáveis
E poetas são… raros.
Quiçá tu esteja lá
E eu aqui, adorando teus versos
E puxando assuntos literários
A cada vez que nos vemos.

Escrevo não só para mim,
mas para você, para sei la quem.

Escrever pra quem?
Pra quê?
Não sou poeta e se fosse,
não sei se eu iria saber.

14/02/14

terça-feira, 29 de abril de 2014

À Amiga Poeta

Cadê você, poeta?
(Chamo a poeta amiga, alheia)
Preciso conversar, poeta.

Procuro o poeta em ti
Pois não o encontro em mim,
mas sei que ele está aqui
E nunca se ausentará de si.

Talvez eu o encontre, sim,
mas não o reconheça logo
Ou eu nem saiba quem é,
tampouco o que (quem) ele é.

Hoje não a vejo, poeta,
Preciso conversar.
Conversar sobre o tempo,
o tempo do poeta,
da arte.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Desfecho

Precisa de um desfecho?
Aprendi na escola que estes,
Os textos,
Têm inicio, meio e fim.


Precisa dar um desfecho
Que não fecha para ninguém
Tampouco para mim.


De onde tirei isso?


Este não será jogado fora.
Este texto guardarei
Vislumbrado apenas pela poesia.


Vislumbrado apenas na poesia,
pois tudo vivo nela, isso me vislumbra.

Vislumbrado apenas na poesia.


sexta-feira, 11 de abril de 2014

Imagine

É quando o tempo se esconde
E a lua se escora na noite
Que sinto o aperto
por querer o sol 24 horas
e não tê-lo.

Quando finalmente vejo,
entre um gole e outro livro,
que o sol já se foi
percebo meu cansaço
e minha covardia.

Ele voltará, amigo,
calma. É um ciclo natural.
Você e suas manias
de querer o impossível,
o tolo.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Palco, Folha, Vida

Vou pensar minha vida como um palco
ou como um papel.
É aqui, na vida,
- no palco, no papel… que seja -
que irei mostrar o melhor de mim
e isso é natural. Sem ensaios
antes de sorrir, de aprender,
de agradecer, de ouvir,
de ensinar e  de amar.


É neste palco em que estamos
juntos de nossos semelhantes
carentes de sorrisos,
abraços e carentes de ajuda
para encontrar aquela essência perdida.


Minha vida é um palco
e eu inda quero subir em outros palcos,
entendidos como palanques,
Assim serei visto por mais gente, talvez.
Quem sabe posso até
sanar essa necessidade de ser lido,
ser visto e até sentido.
Lá também irei dividir
sorrisos, ideias, aprendizados e
sentimentos.

Ferramenta ensaiada
e a busca inconstante
pela essência pura.

sábado, 29 de março de 2014

Carla

A doida revirou minha gaveta
abrindo cadernos,
procurando marcas
de batons escritas
e os detalhes 
de todos os seios.


Leu chorando
e eu não entendi.
Tive até receio...
Mais!
tive medo.


‘’Não procure aí, mulher!
Aqui estamos,
vivendo uma aventura
igualzinha a essas
escritas.’’,
eu disse.


E então ela me deixou.
Se foi chorando
e praguejando.


Acho que fui grosso.
Poxa, perdi Carla.

A Partida de Fernanda

Vai em dezembro
E já começa a chorar
Com medo de deixar o teu lugar
E de como os teus irão ficar.

Arrisco dizer que entendo
E que me acostumei,
Embora não queira que tu vá.

Quero que tu fique
Para que eu a veja sempre
E possamos nos ajudar.

Dezembro será choroso
e chuvoso, aqui
na terra maldita
embriagada.

Dezembro será diferente
Mudará tudo
Mas parte de você ficará aqui.
Estará lá e aqui
pra mim, pros teus
e pra você principalmente.

Não sairá de nossa memória
E dum lugarzinho que chamamos coração.
É lá onde se guardam pessoas especiais
Assim como você.

E tu voltará em breve,
tenho certeza disso
ou pelo menos prefiro acreditar.

Dezembro será chuvoso,
mas este Dezembro acabará.

quinta-feira, 20 de março de 2014

A Partida - Parte 3

Fui procurar o marinheiro.


Encontrei-o bebendo numa cabine de trabalhadores.
Entre os amigos me colocou,
anunciando que eu era especial, excelente.

Claro, bolei uma cara de pau envolvente
Logo quiseram saber das coisas que vivi.
Menti.
Menti para que me pagassem bebidas.


O tempo se vai e lá vai:
Mais mentiras sobre ais
Tiradas de romances literais.
Ninguém ali conhecia literatura
Por isso a bebida era cachaça
E cerveja. Aguada, mas era cerveja.


Primeiro o marinheiro,
Depois os companheiros...
Foram saindo da mesa
Carregados pelos garçons
Ou nos braços de alguma rapariga.

Recusei todas elas indo embora
Com um presente do marinheiro.

Não encontrei Glória àquela hora
Mas Bruna eu sabia onde achar
E fui exatamente pra lá.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Bruna (A Partida - Parte 2)

Acordei às dez, segundo o relógio da cabine.
Vesti uma camisa e saí com a tela suja,
levando também minha pequena caixa de vime.
Vi Bruna, entre um babaca e sua corja.


Bruna de poucos amores,
E sem quaisquer vestígios de dores
Me presenteou, em terra,
Com seu corpo
Em troca de uma aquarela.


Pedi a ela um cigarro.
Agradeci e dei as costas.


Acomodei a tela num canto
Sentei-me e corri um branco
Por cima da mancha amarela
Que até então sujava a tela.


Percebi que esse era um erro
Outro! Outro erro.


Comecei a desenhar
Deixando a mancha no mesmo lugar
Sem mexer, imaculada,
Assim como Gloria inabitada.

Tinha essa certeza sobre Gloria.

Glória (A Partida - Parte 1)

Sujei uma tela
Fazendo de tudo para não errar.


Conheci uma moça.


Chamava-se Gloria.
E deu inicio à história,
minha escória.


Nos conhecemos um pouco.
Soube do seu emprego,
De onde vem e o que vai fazer,
Mas me olhava,
Como quem mudara
De uma hora pra outra.
Não ia mais fazer.


Ela não bebia, não chorava,
não amava, não sentia:
não gostava de arte.


Eu era vendedor de imóveis.
Trouxe os quadros para um amigo
artista, famoso em São Paulo
- Menti.


“E com quem está viajando?”, curiosa
”Estou só. Preciso trabalhar.”
“São Paulo? É pra onde vai depois?”
“Não sei... Qualquer lugar.”
“E os quadros do seu amigo?”, apontando com desdém
“Dou a você, de presente.”
“Não pode fazer isso. Não quero”


Tola.

Ela parecia ser tola.

Tua Poesia

Quem dirá que estás errada?
Eu? Não!
Pobre se dissesse…

Simplicidade que até entristece
E me critica consternada.

Fico pasmo, boquiaberto;
As vezes me acho em teu verso
E é isso o que me mata.

É isso que me encanta,
Prendendo-me até o fim.

Pena a poesia ser curta assim.


Este texto foi escrito para Fernanda Letícia numa ''conversa'' - ou troca? - poética. Deixo o link do blog desta minha companheira. Peço que visitem e se gostarem, compartilhem!


http://ferletic.blogspot.com.br/