quinta-feira, 8 de maio de 2014

(Pre)Sentimento

Sua presença sentimos
E repudiamos
Mas pouco tempo depois parece que aceitamos
em concordância racional.

Não sei se ela queria mais alguém
mas estava lá.
Alguém a chamou
ou chegou sozinha?
Não sei também,
mas estava lá.

Se não chamaram, chegou avisando.
Chegou pedindo ''licença'' apenas com os gestos...

Acho que ela já estava lá e fou eu quem cheguei
Sem pedir licença. Lá fiquei,
roubei o seu lugar
por um mínimo, mínimo momento.

Paciente, calada, surda, viva.
Olhou-nos fazer uma oração,
duas, três orações.

Cá estou e a perdi
Ficou lá ou saiu dali?
Sinto que agora sim
foi eu quem saí
e talvez ela tenha retomado a cena,
entrado no sonho
e tocado no ombro
dizendo ''licença, estou aqui'',
preparando-se para agir.

Aparentemente eramos figurantes.
Pelo que parece, ela não nos queria levar dali
naquele momento. Não ligou pros demais.
Eramos enfeites mil na estante
estáticos, cegos, mudos,
vendo um corpo só no quarto
Limitado apenas ao quarto.

O corpo em seu estado mais humano.

O corpo, o ser-humano, em seu estado
Mais Humano.

09 05 2014

Um comentário:

  1. Esse todo é lindo, agora esse final é impecável, gosto em todas as vezes que leio

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