Veja a sua poesia morrer
e sua fala ser abafada
por vozes aleatórias.
Veja tudo queimar
e seus livros nunca,
jamais saírem de sua memória.
São livros lindos,
prontos,
que querem e almejam o papel,
pois lá chegarão a outros olhares,
outros corpos.
Veja, pela poesia, tudo isso cair
e você, com o seu olhar,
se perder para sempre sozinho.
Morra só e aos poucos,
Menos quando a poesia
te mostrar que poderia ser diferente.
Quando ela te levar a lugares únicos
e disser, sem errar,
que ali você não habita,
que lá
o seu olhar nunca chegará,
você enfim morrerá.
Ela botará fim nisto.