quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Obras de Gente

Nas linhas escritas existem sentimentos
que não são difíceis de traduzir.
É leitura para os mais carentes de literatura
e mais perdidos em desventuras.
Até mesmo para desatentos e apressados.

São obras da preguiça, do descaso.
São inspirações terrenas, mas não são por acaso.
São queimações no estômago,
São batidas no peito compassado.

Traduzido em texto por alguém
que pára pra ler o sentimento de outro alguém.
Contudo, não sei se esse alguém sente
que são desabafos de gente...
De gente que se perde em sentimento
Que não lembra do passado mas quer ser lembrado
por quem vê e compreende....
Por gente que gosta de gente.

Escrever Pra Quem?

Pra quem escrevo?
Escrevo para mim mesmo.
Por isso me atrapalho ao redigir
E me perco na linha que começo a seguir.

Quem lê meu texto? 
Não sei...

Não sei quem lê, não sei quem gosta
Não sei quem ignora ou quem dá bola.
Sequer conheço bem quem estes textos escreve
Mas sei que, se eu analisar com atenção,
Seja um verso, uma prosa ou alguma canção,
Encontrarei eu o eu que se esconde em vão.

Encontrarei o que fica oculto
E cresce em passos curtos
Porque não tem atenção.

Que grita em cada verso,
Que ignora a tal razão.
Mas que tem receio
De quem lê ou não.




Relatos de um Torpor

Assustei-me com o seu tom de voz
Apesar de pálido, era atroz.
A boca por trás do copo mudara.
Eu não queria aqueles beijos.

Meu amor ele já não tinha
E naquele momento despia-me do respeito.
Despiu-me do direito,
Do pouco que restara.

Apossei-me do ódio
Para, assim, meu corpo cobrir.
Foi em vão.

Marcas no corpo e na memória.
Foi o fim de minha história.
Me mataria para não lembrar disso jamais.

(Isaías Zanoni - 05/09/2013)