sábado, 28 de junho de 2014

Carta de Franklin - o burguês sentimental - para a sua amada esposa, na Europa

São Paulo, 28 de Junho de 2014

Querida,
eu ando xingando muito por aqui.
Solto um palavrão a cada minuto
e minha úlcera cresce.
Durante os jogos da copa desligo a TV
mas queria estar lá, para vaiar tudo e todos.

Vou do apartamento ao trabalho e do trabalho ao apartamento,
mas queria encontrar estrangeiros
e contar que o Brasil é uma merda,
principalmente com os Petralhas fodendo tudo.

Mando cartas pois me vigiam na internet,
com essa coisa de Marco Civil.
Aqui os jovens já nascem maus
e sujos, roubando e matando cada vez mais,
mas não se preocupe,
logo vão botá-los todos na cadeia
e, tenho fé, colocarão os mais hediondos no corredor da morte.

Querida, o meu emprego anda um saco
Mas minha promoção está chegando.
Guardarei uma grana, venderei a Nissan
e me mandarei pra aí.
Não aguento mais tudo isso.

Mal educados, imundos, violentos.
Só tende a piorar e afundar cada vez mais.
Vou-me embora daqui logo
Mas antes terei tempo de não votar na Dilma,
aquela vadia pistoluda.

Mandarei cartas novamente.

Com muito amor, Franklin.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Isso Pode Me Matar

Recitar sem ler
Tocar sem saber
Escrever sem criar
E ouvir sem olhar.

Isso mata
- isso pode me matar -,
Por isso tenho cuidado:
Tenho cuidado com o medo.

O medo mata
Assim como o desamor.
O medo do desamor é pior
Mata um cado por dia
e pode também tirar seu olhar,
sua leitura, sua música e sua arte.

No final deste estágio já se está morto
e depois é que morre o corpo.

Por isso mesmo encerro:

Recitar sem ler
Tocar sem saber
Escrever sem criar
E ouvir sem olhar


Tudo isso pode me matar.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Falta de Criatividade

Quando não tenho criatividade
acabo me desesperando por ficar meses sem escrever.

Alguns sem talento acabam caindo na tentação
e escrevem qualquer besteira,
inclusive para criticar o trabalho alheio.

Com licença!
Vou escrever minhas críticas numa folha.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Devaneios de Uma Mesa de Bar (Página no Facebook)

Fui colocado como adm da página Devaneios de Uma Mesa de Bar, da minha colega Bia. A página estava parada, então vou ajudar a fazer a coisa andar e ter uma ''carinha'' mais apresentável - ah! Estou trabalhando para mudar o layout do blog também.

Prestando atenção no título da page e conversando via chat sobre essas crises da adolescência liguei as coisas e escrevi o texto que segue abaixo. Deixarei os links abaixo para visitarem a página e os nossos perfis na rede-social.

Tenho pensado muito sobre isso:
Sonho, realidade
Momentos e dimensões,
o que já levantou Platão
acerca do mundo das Idéias
e do mundo da matéria, mundo sensível.

Devaneio é o que não quero agora.
Podemos conversar, mas que seja sobre tolices,
sobre a bebida que estamos tomando,
as paqueras.
Não sei.

Que seja tolice, apenas,
pois vou explodir
e que não seja aqui;
Será no papel,
sóbrio ou nem tanto,
irei explodir no papel.


Page: https://www.facebook.com/DevaneiosDeUmaMesaDeBar
Meu perfil: https://www.facebook.com/isaias.zab
Perfil da Bia: https://www.facebook.com/bmb.beatriz

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Prosa e Poesia

Poema atrapalha a prosa
no meu grosseiro modo de pensar.

Enquanto o poema passa,
a prosa pode esperar.

Elas têm caminhos diferentes,
Sentimentos diferentes

Mas se forem profundas,
Nenhuma há de passar.

A Poesia Não erra

A Poesia não erra.
Eu erro na poesia.

Eu erro ao tirar dela o brilho
com a borracha,
com a palavra
e, principalmente,
quando eu acho que ela está errada.

Poesia aceita se eu aceitar
e as vezes quando o leitor também aceitar.

A poesia não erra
O poeta não sei se erra,
mas o leitor também erra

ao desgostar dela,
ao tirar-lhe o brilho
fechando-a no pequeno recinto
de errôneo leitor.

Digo que ali a poesia não cabe
Numa mente ela não cabe.

A mente erra no seu papel:
imaginar

Ortografia diz que erra
no papel

E a poesia desmente, mente
e encerra, mostrando que
Poesia não erra.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Bico Inexistente

Era algo esquisito.
Tinha um bico anomálico,
 não encontrei bico, era inexistente.

Era triste para mim.
As cores eram vivas, escuras.
A pele quente, lisa
E o bico inexistente.

Foi a deixa, o que me fez desistir.
Era um pesadelo, até.

Era algo esquisito:
Não tinha um bico anomálico,
Não tinha bico.

Me lembrei do pato triste
Que tinha bicos enormes.

Pato triste com bico
E eu triste sem bico.

Ficou tudo mais triste e inventei um surto.

Pato do Pato

Que pato esquisito.
Tinha um bico anomálico
que nos convidava a sentar
- sentar no bico 
como se fosse uma cadeira.

Era um pato triste
Com cores tristes, escuras.
Era um pato esquisito
E não um cisne que se tornaria lindo.
Estava já para morrer, no fim de uma ''longa vida''.

Patos não leem
Patos correm dos idiotas.
Não escutam os idiotas.

Aquele pato tinha um boco enorme,
Anomálico, feioso e triste.

Era um pato triste