terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Minha Senhora

A tristeza me olhou nos olhos.
Eu a mandei embora,
mostrando que precisava estar sozinho
com a minha solidão.

Naquele dia lembrei-me de minha senhora.
Como era linda e graciosa.
Cabelo cheios,
Olhos tristes.

Dela me restaram lembranças
Boas e ruins.
Também haviam contos e poesias
- escrevia coisas pra mim.

Mas um dia a dor vem,
A lembrança chega,
E eu acabo mandando-a embora,
de alguma forma.




sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Parece

Parece paixão
Mas pode ser ansiedade.

É psicológico, é físico ou vaidade?
É esquisito, mas é normal.

Parece pressagio
mas não é tão mal.

Poderia ser muita coisa
Mas não é nada.

É só uma azia
Logo passa..

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Obras de Gente

Nas linhas escritas existem sentimentos
que não são difíceis de traduzir.
É leitura para os mais carentes de literatura
e mais perdidos em desventuras.
Até mesmo para desatentos e apressados.

São obras da preguiça, do descaso.
São inspirações terrenas, mas não são por acaso.
São queimações no estômago,
São batidas no peito compassado.

Traduzido em texto por alguém
que pára pra ler o sentimento de outro alguém.
Contudo, não sei se esse alguém sente
que são desabafos de gente...
De gente que se perde em sentimento
Que não lembra do passado mas quer ser lembrado
por quem vê e compreende....
Por gente que gosta de gente.

Escrever Pra Quem?

Pra quem escrevo?
Escrevo para mim mesmo.
Por isso me atrapalho ao redigir
E me perco na linha que começo a seguir.

Quem lê meu texto? 
Não sei...

Não sei quem lê, não sei quem gosta
Não sei quem ignora ou quem dá bola.
Sequer conheço bem quem estes textos escreve
Mas sei que, se eu analisar com atenção,
Seja um verso, uma prosa ou alguma canção,
Encontrarei eu o eu que se esconde em vão.

Encontrarei o que fica oculto
E cresce em passos curtos
Porque não tem atenção.

Que grita em cada verso,
Que ignora a tal razão.
Mas que tem receio
De quem lê ou não.




Relatos de um Torpor

Assustei-me com o seu tom de voz
Apesar de pálido, era atroz.
A boca por trás do copo mudara.
Eu não queria aqueles beijos.

Meu amor ele já não tinha
E naquele momento despia-me do respeito.
Despiu-me do direito,
Do pouco que restara.

Apossei-me do ódio
Para, assim, meu corpo cobrir.
Foi em vão.

Marcas no corpo e na memória.
Foi o fim de minha história.
Me mataria para não lembrar disso jamais.

(Isaías Zanoni - 05/09/2013)

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Medo do desconhecido

      Ainda não entendo a profundidade do problema ou a intensidade do desejo e do receio. Adrenalina demais para sentir as feridas que ainda não percebi... só sinto o estômago colado, pois isso já é normal. As lagrimas do rosto foram confortadas. Daí pra cá algumas coisas mudaram, mas não sei até quando continuarão mudando... Um herói não basta, preciso de uma heroína - nada de drogas!
      Preciso me sentar e descansar (...)

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Meu Herói!


Eu tenho um herói que se fere
sempre se machuca.

Quem disse que herói
não pode ser fracassado?
Meu herói morre de forma
medíocre para ele e pro mundo.

Meu herói leva meus defeitos
e as minhas frustrações
sem me questionar.
Sem saber que isso faz dele o Meu Herói.

Meu herói carrega mágoas,
não tem frases de efeito
tampouco pode se expressar.

Meu herói perdeu todo o tempo,
toda a vida que tinha
tentando ser o próprio herói
- talvez por falta de um terceiro -,
mas ele não é nada!
Ele é apenas o Meu Herói!

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Simplesmente Assim!

Dando um tempo:
Período em que tentei sair da monotonia diária,
Mas caí dentro dum marasmo rotineiro.
Estarei fora do meu maior medo?

Cada vez mais dentro da falta de luz própria,
Dentro do senso comum.
Estranhamente entorpecido mentalmente,
pós-entorpecido fisicamente,
Simplesmente sem me reconhecer.

Ainda estou alheio a mim mesmo?
Onde se perdem as características principais adquiridas por sensações,
gostos, formas, cheiros e pelo som?
Pode se dizer que há muito já não vivo de forma unica,
Há muito não reflito na vida quase passada;
"Vida" que levou minhas expectativas e vontades.
Antes um fanático com vontade de viver;
Agora um mortal com vontade de aprender sobre si mesmo
E nunca satisfeito com as bases que seguram a minha estrutura inteira.

Aonde aprendi que deveria esquecer a dor até alcançar o sono?
Aonde me acostumei a guardar coisas mastigadas e rancorosas?
Caiu no ''simplesmente assim" e assim ficou,
assim foi, e que assim não seja!
Simplesmente assim...

Hoje já é normal


Meu ontem e meu Hoje
Agora tudo é normal
Nada me comove.
Presos, escravizados e conformados
Nosso trabalho não tem valor, não tem uma lógica
A verdade não é o ideal dos cidadãos
A verdade está perdida demais para ser encontrada.

Um dos ciclos passados foi o amor
E penso como será meu amanhã
O que estou fazendo por mim mesmo?
Revejo meus conceitos e me pergunto em que me tornei e no que irei me tornar.
Voltar aos meu princípios perdidos ou buscar novas ideias?

Minha verdade colocada na mídia suja
minhas expectativas foram  vãs
E marcaram-me de forma brutal.
Alguém que busca a verdade
Mas nega a própria verdade
Por não saber o que é de fato verdade.

Dogmas já não me calam como antes
A emoção jogada a prova.
Um simples gesto,
Um mero sorriso relutante
Na vida feita de momentos,
Na busca por palavras,
Na lógica dos sentimentos
Na sutileza de duros versos
Sem ter para onde ir
Sem saber por onde se vai
Quem sabe um dia se tornará verdade
Noutro, meu passado.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Do Dia Pra Noite

Saio desta zona de conforto
E sou acordado com violência
Acordado de um sonho fantasioso.

Sempre aqui, na mesma rua
Com as mesmas pessoas
Mas o meu olhar é diferente
- o das pessoas também.
Não sou mais visto como inocente.

Agora, como coitado, tento sobreviver
No país dos poderosos
Na classe rebaixada
No patamar de escravo.

Algo se perdeu numa noite
Culpa de um egoísmo
um bocado de falhas
mil negligências
uma bala na agulha
um blecaute.