sábado, 9 de fevereiro de 2013

Simplesmente Assim!

Dando um tempo:
Período em que tentei sair da monotonia diária,
Mas caí dentro dum marasmo rotineiro.
Estarei fora do meu maior medo?

Cada vez mais dentro da falta de luz própria,
Dentro do senso comum.
Estranhamente entorpecido mentalmente,
pós-entorpecido fisicamente,
Simplesmente sem me reconhecer.

Ainda estou alheio a mim mesmo?
Onde se perdem as características principais adquiridas por sensações,
gostos, formas, cheiros e pelo som?
Pode se dizer que há muito já não vivo de forma unica,
Há muito não reflito na vida quase passada;
"Vida" que levou minhas expectativas e vontades.
Antes um fanático com vontade de viver;
Agora um mortal com vontade de aprender sobre si mesmo
E nunca satisfeito com as bases que seguram a minha estrutura inteira.

Aonde aprendi que deveria esquecer a dor até alcançar o sono?
Aonde me acostumei a guardar coisas mastigadas e rancorosas?
Caiu no ''simplesmente assim" e assim ficou,
assim foi, e que assim não seja!
Simplesmente assim...

2 comentários:

  1. Meu lindo Isaías,

    É duro descobrir que a gente não faz parte do comum. Essa descoberta traz consigo grande responsabilidade. Ser consciente da sua grandeza como ser humano é, também, ter consciência do tamanho da responsabilidade que é ter sua vida nas próprias mãos. Ninguém para culpar se a "bosta" bate no ventilador, porque você, consciente dos seus valores e limites sabe quem é o culpado.

    O mais importante é saber-se diferente da mediocridade circundante. O que me faz lembrar um poema do Ezra Pound chamado In A Station Of The Metro - um poema onde não há verbos e tem apenas duas linhas:

    The apparition of these faces in the crowd;
    petals on a wet, black, bough.

    Ao olharmos as pessoas sairem como "apparition" de dentro dos carros do metrô, nos damos conta, através do ponto e vírgula no final da frase, de que dentro dessa "crowd" podemos encontrar pétalas, os diferentes, dentro de uma sociedade comparada a um "wet", "black", "bough" - toco de árvore negro e úmido (podre). Ser as pétalas da sociedade é muito difícil e requer um grande espírito. Acho que você tem um espírito de muita luz nesse corpinho garoto!

    Por isso que eu te amo!

    Um beijo do titio!

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  2. Muito bom. Gostei muito. Realmente, um talento que só pode crescer. A base de tudo já está em você, já é sua: essa capacidade/necessidade/tentativa de compreender as coisas menos visíveis ao olhar comum.

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