segunda-feira, 17 de março de 2014

Glória (A Partida - Parte 1)

Sujei uma tela
Fazendo de tudo para não errar.


Conheci uma moça.


Chamava-se Gloria.
E deu inicio à história,
minha escória.


Nos conhecemos um pouco.
Soube do seu emprego,
De onde vem e o que vai fazer,
Mas me olhava,
Como quem mudara
De uma hora pra outra.
Não ia mais fazer.


Ela não bebia, não chorava,
não amava, não sentia:
não gostava de arte.


Eu era vendedor de imóveis.
Trouxe os quadros para um amigo
artista, famoso em São Paulo
- Menti.


“E com quem está viajando?”, curiosa
”Estou só. Preciso trabalhar.”
“São Paulo? É pra onde vai depois?”
“Não sei... Qualquer lugar.”
“E os quadros do seu amigo?”, apontando com desdém
“Dou a você, de presente.”
“Não pode fazer isso. Não quero”


Tola.

Ela parecia ser tola.

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