Sujei uma tela
Fazendo de tudo para não errar.
Conheci uma moça.
Chamava-se Gloria.
E deu inicio à história,
minha escória.
Nos conhecemos um pouco.
Soube do seu emprego,
De onde vem e o que vai fazer,
Mas me olhava,
Como quem mudara
De uma hora pra outra.
Não ia mais fazer.
Ela não bebia, não chorava,
não amava, não sentia:
não gostava de arte.
Eu era vendedor de imóveis.
Trouxe os quadros para um amigo
artista, famoso em São Paulo
- Menti.
“E com quem está viajando?”, curiosa
”Estou só. Preciso trabalhar.”
“São Paulo? É pra onde vai depois?”
“Não sei... Qualquer lugar.”
“E os quadros do seu amigo?”, apontando com desdém
“Dou a você, de presente.”
“Não pode fazer isso. Não quero”
Tola.
Ela parecia ser tola.
Nenhum comentário:
Postar um comentário