segunda-feira, 17 de março de 2014

Bruna (A Partida - Parte 2)

Acordei às dez, segundo o relógio da cabine.
Vesti uma camisa e saí com a tela suja,
levando também minha pequena caixa de vime.
Vi Bruna, entre um babaca e sua corja.


Bruna de poucos amores,
E sem quaisquer vestígios de dores
Me presenteou, em terra,
Com seu corpo
Em troca de uma aquarela.


Pedi a ela um cigarro.
Agradeci e dei as costas.


Acomodei a tela num canto
Sentei-me e corri um branco
Por cima da mancha amarela
Que até então sujava a tela.


Percebi que esse era um erro
Outro! Outro erro.


Comecei a desenhar
Deixando a mancha no mesmo lugar
Sem mexer, imaculada,
Assim como Gloria inabitada.

Tinha essa certeza sobre Gloria.

Um comentário: