Acordei às dez, segundo o relógio da cabine.
Vesti uma camisa e saí com a tela suja,
levando também minha pequena caixa de vime.
Vi Bruna, entre um babaca e sua corja.
Bruna de poucos amores,
E sem quaisquer vestígios de dores
Me presenteou, em terra,
Com seu corpo
Em troca de uma aquarela.
Pedi a ela um cigarro.
Agradeci e dei as costas.
Acomodei a tela num canto
Sentei-me e corri um branco
Por cima da mancha amarela
Que até então sujava a tela.
Percebi que esse era um erro
Outro! Outro erro.
Comecei a desenhar
Deixando a mancha no mesmo lugar
Sem mexer, imaculada,
Assim como Gloria inabitada.
Tinha essa certeza sobre Gloria.
Como desejo ler o final de tudo, ansiosa!
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